sábado, 19 de julho de 2008

Tá, eu confesso...

(Não é estranho colocar num título de um post algo que parece que alguém estava me suplicando pra falar? Eu hein, esses negócios de blog sobem a cabeça)

... sou um lixo na arte de escrever coisas sentimentais e isso me deixa triste.

Sério, deixa mesmo. Não a ponto de manter-me constantemente num estado de tristeza – ai seria muita viadisse – mas sei lá, às vezes leio sem compromisso algum poema ou textinho sentimental e, segundos depois daqueles suspirinhos que todas nós mujeres damos nessas situações, me vem uma raivinha do tipo “onde está esse bloqueio”.

Acho que ligo o sentimentalismo à bobisse. Sabe, se eu escrevo algo assim meio sei lá já me vem o meu lado Camila-zero-viadisse e me dá um tapa na nuca acompanhado de um “queporraéessa¿?”. Ai o meu lado esforçado, porém medíocre, de Camila-tenta-escrever-coisas-sentimentais responde “ah, sei lá, sou eu tentando ser algo menos parecido com um cubo de gelo”.

Os poemas são os piores. Dia desses fiz um sobre a cachorra de estimação aqui do meu trampo. Obviamente que ele não possuia nenhum fundo amoroso/sentimental, mas ficou tão ruim e BOBO que se alguém o encontrasse jogado na rua o entregaria pra primeira criancinha que visse e falaria um “oi neném, cê deixou seu poeminha cair”. Muito juvenil. Se fosse o Camões que tivesse feito um poema sobre a cachorra do trampo dele, com certeza viraria uma obra excelente, enfim, forcei.

Pois bem, para coroar esta sopa de fatos e evidências que fazem de mim um ser quase-cubo-de-gelo, vou postar aqui o poema/poesia (juro que dormi nessa aula de literatura e não sei a diferença) da minha linda amiga Babi, um poço de sentimentalismo manaura com uma pitada de futebol e muitas histórias pra contar nos intervalos do trabalho. IHUU!

Perfil


Eu amo porque tenho sede. Amo a luz da aurora que invade a janela quebrada do meu quarto e o lençol que aquece a pele toda noite.

Gosto de caminhar olhando o rio de cor de Coca-Cola e, de preferência, dar uma pausa no sorvete de cupuaçu.
A Monalisa estampada na parede desafia minhas noites solitárias, confunde em seu olhar enigmático.

E o violão abandonado nem lembra dos últimos acordes dedicados.

Só a lembrança é que guarda os versos destacados, de Djavan a Santos.

Eu curto futebol. Já fui sozinha ao Maracanã lotado e vi o Romário perder mil vezes o milésimo gol.

Tenho uma paixão, em verde e brando, outra de Corcovado.

Amores a mil, de pão de açucar a futuros ensolarados.

Tenho sonhos, encantos, delírios. Escrevo sem pensar em métricas, sem rimar.

Equilibro-me no meio-fio.Falta roteiro. E não faz falta. É que eu mergulho pra degustar.

Sem trilha sonora, sem diálogo premeditado, sem notas, sem tom definido.

Sou o vulcão, a nuvem passageira, a brisa faceira. Eu posso tudo, vou ao profundo, eu quero o mundo.

PS: Se alguém se interessar pelos devaneios sentimentais da Babi, ta aqui o blog dela: http://www.coisasdebabii.blogspot.com/

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